O ano de 2018 tem consolidado o começo da recuperação do mercado imobiliário
Nas fortes chuvas do fim de março, a família da faxineira Carla Renata Lopes do Nascimento, de 30 anos, nem teve tempo de pensar. Ao ver a água subindo debaixo da casa e o chão cedendo na cozinha, ela pegou os filhos e correu. A pontezinha sobre o córrego ao lado do barraco já sumia, e a família conseguiu escapar por um buraco aberto na parede de um vizinho. Moradora da favela do Camarazal, no Rio Pequeno, na zona oeste de São Paulo, Carla Renata é um dos cerca de 674 mil moradores da capital que vivem em áreas de risco, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os juros altos para os financiamentos com base no Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) e os efeitos da crise econômica do País sobre a renda dos consumidores deram o tom no mercado imobiliário em parte do ano passado e inibiram os lançamentos do segmento de imóveis de médio e alto padrão, especialmente no primeiro semestre. Mas o alto déficit habitacional e os subsídios do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) mantiveram em crescimento o segmento de imóveis econômicos.
Interessantes lançamentos imobiliários têm privilegiado o coliving, neologismo que significa a conjugação de pequenos apartamentos com áreas comuns fartas em atrativos e equipamentos. Trata-se do modo viável de adquirir imóvel em bairros com melhor localização e infraestrutura. Interessa aos consumidores, igualmente, a praticidade de unidades compactas, a possibilidade de usar verdadeiros clubes e viver em comunidades da maneira mais intensa possível.
