65vtv5mz45 1ldbm282aw fileO administrador de empresas Marcel Portugal de Oliveira aproveitou a melhora do mercado imobiliário para financiar parte de um imóvel para onde pretende se mudar em breve.
 
Ele conta que "vinha procurando por imóveis há algum tempo", mas percebeu que este era o "momento melhor" para concretizar a compra. 
 
— Desde quando estourou a crise, os preços se contiveram e, em alguns casos específicos, como o meu, se abriram oportunidades interessantes e razoáveis de compra.
 
O discurso de Marcel aparece alinhado com as expectativas do setor, que deu seus primeiros sinais de retomada já no segundo semestre de 2017, após bater o ‘fundo do poço‘ nos dois anos anteriores. A aposta agora é de que o setor volte a lançar unidades e a gerar empregos já nos próximos meses.
 
De acordo com os últimos dados do radar Abrainc-Fipe, que acompanha 12 índices do setor imobiliário, o ramo vive o melhor resultado desde maio de 2015, quando a nota global do setor figurava em 4.4. Em novembro, o indicador apontava para um rating de 4.1, após atingir 2.6 entre setembro e dezembro de 2016.
 
O gerente de projetos da Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias), Renato Lomonaco, afirma esperar "um 2018 melhor do que 2017 e um crescimento mais intenso em 2019".
 
— A gente entende que os juros agora baixaram, a gente tem o controle inflacionário e perspectivas econômicas melhores. Desta forma, é provável que esse mercado vai voltar a crescer.
 
Segundo o professor do CRECI-RJ (Conselho Regional dos Corretores de Imóveis do Rio de Janeiro) Alexandre Prado, já é possível observar empreendimentos que estavam "congelados" com alguma movimentação para retomar as obras.
 
— Não é, na minha percepção, uma situação na qual nós vimos a todo vapor entre 2011 e 2013. Ainda está longe disso, mas é uma tendência de que agora, em 2018, a gente consiga uma retomada para ter boas repercussões em 2019 e 2020.
 
Apesar de dizer não ter sido impactado pela crise por atuar no ambiente virtual, o fundador do sistema de financiamento Melhortaxa, Rafael Sasso, também aposta em uma melhora do setor por conta do "ótimo momento para comprar o imóvel".
 
— Os preços ainda não estão mexendo muito e você tem bastante oportunidade. Apesar de ainda não terem repassado as taxas, se encontra empréstimos baratos para se fazer, a um preço de metro quadrado que ainda está pressionado pela crise.
 
Financiamento mais barato
 
A boa expectativa do setor imobiliário para o ano de 2018 surge em linha com duas decisões da Caixa Econômica Federal, responsável por mais de 60% do mercado de financiamento imobiliário no Brasil.
 
Logo no segundo dia útil do ano, o banco estatal anunciou a volta da linha mais barata de crédito disponível no País — a pró-cotista — e a redução, de 50% para 70% do valor mínimo a ser dado de entrada pelos compradores de imóveis usados.
 
Apesar da sinalização positiva, há um temor entre os empresários de que a administração dos recursos novamente seja insuficiente para atrair novos interessados em financiar um imóvel. Para o CEO da Construtora Danpris, Dante Seferian, a forma como o banco estatal vai cuidar da grana destinada pelo governo preocupa o setor.
 
— O problema do setor, principalmente nos recursos mais econômicos, é que a dependência da Caixa é gigantesca e você pode ter certeza que se não tivermos ajustes no banco, pode ter certeza que atrapalha muito.
 
Para 2018, foi liberado um total de R$ 4 bilhões para a linha pró-cotista, que cobra taxa entre 7,85% e 8,85% ao ano para clientes com conta no FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço).
 
O volume de recursos é 34,4% menor aos R$ 6,1 bilhões disponibilizados pelo governo para o programa no ano passado, quando a linha precisou ser interrompida pela falta de dinheiro. Alexandre Prado avalia que a liberação de mais recursos leva em conta que "a população vai ter condição de honrar" com os compromissos por conta da redução do desemprego.
 
— Outro aspecto que também é um bom indicador [a partir da volta do pró-cotista], é que o empresariado ligado ao setor imobiliário sente que pode investir na construção de novos empreendimentos porque haverá demanda.
 
Volta do emprego
 
Os dados mais recentes do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), divulgados em novembro pelo Ministério do Trabalho, apontam que a construção civil acumula 52.013 demissões a mais do que contratações com carteira assinada no acumulado dos 11 primeiros meses de 2017.
 
O resultado foi fruto de 1.304.140 desligamentos e 1.252.127 admissões ao longo do ano. Somente em novembro, foram 22.826 postos formais a menos no ramo. A tendência, segundo os especialistas ouvidos pelo R7, é de que o setor volte a gerar empregos no processo de retomada deste ano.
 
De acordo com Lomonaco, a geração de empregos ainda não acontecerá em um primeiro momento de venda de imóveis antigos, mas conforme os estoques encalhados passarem a ser desovados.
 
— A gente espera que agora, à medida que os estoques comecem a cair, se tenha uma melhora na geração de empregos.
 
Para Seferian, será possível ver um reflexo da retomada no mercado de trabalho já no segundo semestre de 2018,
 
— Já desde o segundo semestre no ano passado, começaram a ter novos lançamentos e, em uma escadinha, com certeza, vai gerar novos empregos em todos os segmentos dentro da construção civil.
 
Por Alexandre Garcia
 
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