fundosO potencial de crescimento de fundos de investimentos em direitos creditórios (FIDCs) é de mais de 10% para o próximo ano. Em 21 de setembro último, o patrimônio líquido dessa categoria de carteiras estruturadas totalizava R$ 112,723 bilhões.
 
Segundo representantes desse mercado entrevistados ontem no 3° Encontro da Associação Nacional de Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios (Anfidc), o segmento de FIDCs multicedentes e multissacados pode crescer até 20% em 2019.
 
Essa subcategoria registrava patrimônio líquido de aproximadamente R$ 16 bilhões em agosto último. “As pequenas e médias empresas estão conhecendo a estruturação dos FIDCs e percebendo que é uma opção em relação ao crédito nos bancos”, diz o presidente da Anfidc, Paulo Schonenberg.
 
Quanto às novas ofertas ao mercado, o presidente da associação projetou que os lançamentos de fundos devem ficar próximos do resultado obtido no ano passado. “Tem várias ofertas em andamento, vai igualar o ano passado. Por setor, o destaque é a indústria: metalurgia, de alimentos e química”, diz Schonenberg.
 
Ele explicou que a montagem de carteiras com recebíveis de risco diversificado (multicedentes e multissacados) tende a obter para as empresas, taxas mais vantajosas num ambiente de restrição de financiamento nos grandes bancos. “Em alguns casos, as empresas conseguem taxas melhores que as praticadas no mercado”, diz.
 
Ao mesmo tempo, investidores qualificados (milionários) que compram cotas de FIDCs conseguem retorno consideráveis de acordo com o risco de crédito desse tipo de aplicação. “A rentabilidade fica entre 130% a 150% do DI”, exemplificou o sócio da Átrio Asset, Alexandre Silveira, sobre o desempenho dos produtos financeiros da gestora, FICs (cotas) dos FIDCs Sul Brasil.
 
Silveira contou que carteiras multicedentes e multissacados mostram crescimento mais consistente no atual ambiente de negócios, enquanto fundos de cadeia de fornecedores monocedentes e monossacados exibem “picos” de alta quando a economia está mais forte.
 
Para o presidente do Comitê de FIDCs e vice-presidente da Comissão de Acompanhamento de Fundos da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), Ricardo Mizukawa, a perspectiva é melhor para o próximo ano com o País voltando a crescer. “Deve continuar subindo dois dígitos [mais de 10%]”, apontou.
 
Ele condicionou, no entanto, esse crescimento dos FIDCs ao patamar dos juros básicos (Selic) no patamar de um dígito. “O FIDC oferece um retorno maior e mais adequado aos investidores num cenário de juros mais baixos”, ponderou.
 
Vale lembrar que a taxa Selic está em 6,5% ao ano desde o final do mês de março, mas a expectativa do mercado é que os juros básicos subam para 8% ao ano até o final de 2019.
 
Na avaliação da presidente da Finaxis (antigo Banco Petra), Cláudia Beldi, o setor de FIDCs está consolidado e só tende a ganhar participação como instrumento de crédito para empresas. “Temos apenas que desmistificar o FIDC para o investidor”, diz a executiva.
 
No painel do 3° Encontro Nacional da Anfidc, o sócio da Uqbar, Carlos Augusto Lopes, também abordou a questão do conhecimento para que o segmento possa expandir com maior celeridade. “O que é mais importante é a informação para o investidor”, disse.
 
Nas projeções de Lopes, a subcategoria de FIDCs multicedentes e multissacados deve bater recorde de emissões e de patrimônio líquido ainda em 2018, para R$ 18 bilhões. “O investimento estrangeiro ainda é pouco, tem meia dúzia de investidores institucionais”, disse o sócio da Uqbar aos participantes presentes no evento.
 
Ricardo Mizukawa quantifica o aporte de investidores estrangeiros em R$ 5 bilhões em todo o segmento de FIDCs, que engloba além da subcategoria de fomento mercantil, FIDCs financeiros, do agronegócio, indústria, comércio e outros. Ou seja, na comparação com R$ 112 bilhões em patrimônio total, os cotistas internacionais somam apenas 4,5% de participação.
 
Mudanças regulatórias - O gerente de acompanhamento de fundos da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Bruno Gomes, também considerou que a autarquia reguladora tem o papel de desenvolver esse mercado. “Nós da CVM enxergamos que o FIDC é um veículo com mais adequado que os CRIs [certificados de recebíveis imobiliários] e CRAs [do agronegócio], que possuem incentivos fiscais”, disse.
 
Gomes lembrou que o mercado de FIDCs estava “andando de lado por algum tempo”, mas que depois voltou a crescer, mas num ritmo menor. “Estamos discutindo uma audiência pública, mas cada vez surgem mais assuntos e as ideias vão aparecendo”, disse.
 
Entre as possíveis discussões estaria uma definição mais clara das responsabilidades para gestores de fundos e para consultores de crédito, esses últimos não estão na cobertura de fiscalização da CVM.
 
Para o sócio da PVG Advogados, Rubens Vidigal, uma nova norma da CVM será positiva para o mercado. “É provável alguma flexibilização para que o FIDC alcance o investidor do varejo alta renda”, apontou. Pelas regras vigentes, o produto só é acessível para investidores qualificados e institucionais.
 
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