O consumidor que deseja adquirir um imóvel pode encontrar nas taxas de juros e no volume de crédito disponíveis para empréstimo barreiras para obtenção de financiamento imobiliário. Apesar de ser a modalidade de empréstimo que apresenta as menores taxas, os índices nesse segmento não têm caído consideravelmente: enquanto o Banco Central reduziu a taxa de juros Selic para 6,5% (o menor patamar da história), podendo cair ainda mais, o financiamento imobiliário não foi reduzido na mesma proporção.
“Esse é o melhor financiamento para se tomar, pois o prazo é longo, as taxas de juros são as menores para um financiamento no Brasil e o ativo que garante a dívida valoriza com o passar do tempo, o que diminui a chance do tomador ter prejuízos, mesmo se ficar inadimplente. Com a queda nas taxas de juros, o custo do crédito imobiliário deve cair ainda mais”, afirma Evandro Negrão de Lima Jr, vice-presidente do Sinduscon-MG.
Em janeiro deste ano, as taxas médias de mercado para financiamento da casa própria ficaram em 11,3% contra os 11% em dezembro de 2017, enquanto as taxas reguladas e subsidiadas com recursos do FGTS e para públicos específicos ficaram, em média, em 8,3% em janeiro ante os 8% em dezembro. Portanto, negociar com os bancos é importante. “Instituições menores, como as cooperativas de crédito também podem ser uma opção na hora de financiar um imóvel”, afirma.
Ele destaca que o Banco Central começou a reduzir, no ano passado, o chamado “depósito compulsório”, a parte do dinheiro dos clientes que as instituições têm de deixar parada nos cofres do BC. “Assim, a autarquia quer fazer com que a queda dos juros -que começou em outubro do ano passado- seja, enfim, sentida pelo consumidor e que as famílias voltem a ter crédito e, consequentemente, concretizarem o sonho da casa própria”, avalia.
Ele acredita que a redução na taxa de juros deverá chegar, em breve, ao bolso do consumidor que deseja contratar o crédito imobiliário. “A hora de adquirir um imóvel financiado é agora, enquanto os valores dos empreendimentos estão historicamente defasados, apresentando um bom custo/benefício para os compradores”, pontua.
Segundo Lima Jr., toda vez que os juros caem, o mercado imobiliário se beneficia, pois o binômio crédito e juros é o pilar do segmento. “O momento é de comprar imóvel, uma vez que estamos saindo de uma crise e, toda vez que os juros caem, há uma tendência de melhoria da renda, a capacidade de compras das pessoas aumenta, aquecendo o mercado imobiliário e, consequentemente, há uma valorização dos imóveis”, afirma.
O vice-presidente explica que, “como o preço dos imóveis caiu com a crise deflagrada em 2014, o cenário fica extremamente interessante para quem quer investir”. “Se existe uma expectativa de que o mercado vai valorizar, logicamente o mais interessante é comprar agora, mesmo com a queda dos juros no crédito imobiliário não sendo a que se esperava.”