desafO setor de incorporação começou 2018 com expectativa de crescimento no Valor Geral de Vendas (VGV) lançado em relação a 2017, mas chega à metade do ano sem o mercado ter clareza se a projeção irá se concretizar de fato. Analistas não descartam que haja alguma expansão, devido à base de comparação bem pequena, mas é consenso que o total a ser lançado ficará abaixo das estimativas inicialmente traçadas. No primeiro semestre, o volume de projetos apresentado foi inferior ao esperado. Há expectativa que esta segunda metade do ano também seja difícil para o setor.
 
As incertezas políticas decorrentes das eleições majoritárias e o crescimento da economia abaixo do esperado interferem nos calendários de lançamentos e fazem com que potenciais consumidores tendam a ser mais cautelosos na tomada da decisão de compra do imóvel, principalmente nos segmentos médio e alto. Soma-se a esses fatores o fato de a apresentação dos projetos ao mercado tender a ser postergada, nos primeiros fins de semana de julho, até que termine a Copa do Mundo.
 
No primeiro trimestre, as incorporadoras de capital aberto lançaram, em conjunto, R$ 2,246 bilhões, o que representa queda de 19,3%. Foram consolidados números da CR2, Cyrela, Direcional Engenharia, Even Construtora e Incorporadora, EZTec, Gafisa, Helbor, João Fortes, MRV Engenharia, PDG Realty, RNI Negócios Imobiliários, Rossi Residencial, Tecnisa, Tenda, Trisul e Viver Incorporadora.
 
A retração resultou da liminar que suspendeu, por quase três meses, o direito de que projetos protocolados antes de a nova Lei de Zoneamento da capital paulista ser aprovada pudessem ser lançados com base na lei anterior. Pesaram também a greve de funcionários da Prefeitura de São Paulo, o atraso na liberação de licenças de projetos em outros mercados e o fato de a Semana Santa ter ocorrido no período.
 
O efeito da liminar sobre a retração dos lançamentos afetou, principalmente, projetos que seriam apresentados no segundo trimestre. O tamanho do impacto ficará claro à medida que as prévias operacionais das incorporadoras forem divulgadas. Em 16 de maio, quando a liminar foi cassada, entidades que representam o setor de incorporação avaliaram como possível o crescimento de lançamentos na capital paulista neste ano, mesmo que muitos projetos que estavam previstos para o primeiro semestre tenham ficado para a segunda metade do ano.
 
Desde a suspensão da liminar, as empresas têm buscado licenças para os projetos que estavam represados, mas o momento de lançamento deve levar em conta os rumos do processo eleitoral. Há quem espere aumento do ritmo de lançamentos neste semestre ante o da primeira metade do ano, apesar das eleições e de a regulamentação dos distratos ainda não ter sido aprovada no Senado. A estimativa se baseia nas projeções de manutenção da taxa básica de juros Selic em patamar baixo.
 
No fim de maio, a demanda por imóveis para as rendas média e alta foi afetada pela greve de caminhoneiros, em decorrência da piora da confiança e da maior dificuldade para potenciais clientes chegarem aos plantões de vendas. No período da paralisação, houve queda nas visitas aos estandes e no volume de propostas de compras apresentadas. Segundo um analista, a demanda por imóveis de baixa renda continuou elevada no mês.
 
O setor aguarda a aprovação de regras para cobrança de multas em caso de distratos pelo Senado (veja a reportagem Relator no Senado resolve manter multa de até 50% em distrato). O projeto de lei foi aprovado pela Câmara dos Deputados no dia 6 de junho. Nos últimos anos, a questão dos distratos foi considerada o maior desafio para o setor e uma das principais razões para a piora dos resultados das incorporadoras.
 
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