A produtividade da construção civil brasileira é quatro vezes menor que a de países como Estados Unidos, China, Rússia e os da União Europeia e quase 50% menor que a média da economia nacional. O setor registrou queda de 20,1% em seu PIB entre 2014 e 2017, entende-se que o cenário mostra a necessidade de inovações. Pode-se dizer que uma delas atende pela sigla BIM (Building Information Modeling), ferramenta de planejamento que utiliza um modelo virtual em três dimensões para projetar toda a construção antes de iniciar os trabalhos no canteiro de obras.
Se metade das empresas adotarem o modelo BIM na próxima década, projeta-se que a economia da construção civil brasileira crescerá 7%. Isso significa um aumento de R$ 21,9 bilhões no PIB do setor nos valores de 2018, segundo dados da Coordenação de Planejamento e Inteligência da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI). O processo de elaboração dos projetos em ambiente virtual permite o levantamento de quantidades, a estimativa de gastos e a realização de análises diversas. A estimativa é de redução de 9,7% dos custos totais da obra e de 20% dos custos com insumos. A partir de simulações nas várias dimensões, da arquitetura, fundação, estrutura, às instalações hidráulicas e elétricas, por exemplo, é possível prevenir erros e corrigir inconsistências no planejamento.
O BIM aumenta a confiabilidade nas estimativas de preços e no cumprimento dos prazos, reduzindo erros e garantindo a qualidade da obra. “Outra vantagem é que o BIM pode ser usado em todo o ciclo de vida da edificação, desde a concepção até a demolição e reuso. As informações agregadas no decorrer do tempo permitem ao proprietário a eficiência na manutenção da construção”, explica Guto Ferreira, presidente da ABDI. A Sondagem de Inovação preparada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e ABDI, realizada em março deste ano com 700 empresas de construção, mostra ainda que o uso do BIM é reduzido e desigual no Brasil. Apenas 9,2% das empresas adotaram o BIM no país.