Em fevereiro, a elevação do endividamento foi de 1,07% (191 mil maceioenses), permanecendo nos parâmetros de janeiro. Já o número de consumidores com contas em atraso diminuiu 4,72%, saindo de quase 105 mil para pouco mais de 99 mil. A redução dos inadimplentes foi um pouco maior: 6,06% (em janeiro ultrapassava 50 mil e, em fevereiro, não passou muito de 47 mil).
“Isso demonstra que o endividamento se deu por meio do consumo saudável. Comparando a janeiro, tivemos um aumento equivalente a 2 mil pessoas com dívidas. Mas esse número é menor do que o volume de consumidores que saíram da condição de inadimplentes (- 4.942) e com contas em atraso (-3.057); fato muito positivo para o Comércio de Maceió”, avalia Felippe Rocha, assessor econômico da Fecomércio.
O especialista considera positivo porque reflete o aumento da prudência do consumidor, que está se preocupando em pagar suas contas e sair de situações complicadas, seja no Comércio ou com instituições financeiras, fazendo um controle que permita realizar compras dentro de seu orçamento e, assim, possa adquirir produtos todos os meses.
De acordo com o levantamento, a via principal de consumo foram os cartões de crédito, que em fevereiro tiveram participação em 80,1% das compras (alta de 0,4 pontos percentuais – p.p.), seguidos por outras dívidas 10,1% (alta de 1,4 p.p.) e pelo uso dos carnês (crediário em loja) 7,7% (redução de 3,1 p.p.).
A redução dos consumidores com dívidas em atraso repercutiu também em suas famílias. Se em janeiro existiam 55,2% dos entrevistados indicando que outros membros também estavam com dificuldades de pagarem suas contas, em fevereiro esse percentual foi de 52,1 %; uma redução de 3,1 p.p. “Vale salientar que a empregabilidade do setor de Serviços no mês de janeiro pode ter ajudado a injetar renda suficiente para uma parcela da população sair do atraso e da inadimplência. Afinal, nesse período, foram criados 998 postos de trabalho em Alagoas, sendo 776 destes somente em Maceió”, contextualiza Rocha.
Quando analisados os indicadores sobre inadimplência, a situação muda. Mesmo tendo ocorrido uma saída bastante positiva de pessoas nessa situação, os que permaneceram nesta condição não conseguem enxergar uma saída. Isto porque, se em janeiro 4,5% indicaram que teriam como pagar integralmente todas as suas dívidas, apenas 4% disseram o mesmo em fevereiro. Além dessa baixa, o número de inadimplentes capazes de quitar somente uma parte das dívidas teve elevação de 3 p.p., o que significa que 42% dos entrevistados estão arrolando juros, apesar de melhorando, ainda que em parte, sua situação.
O tempo de pagamento para quitar as dívidas em atraso permanece, em média, 72 dias. Já o tempo do consumidor ficar comprometido com dívidas diminuiu para 4,8 meses. Nesta perspectiva, agosto, mês dos pais, será o melhor momento para os comerciantes ofertarem produtos a bons preços e custo-benefício a seus clientes. A parcela comprometida com dívidas permanece numa faixa saudável, como foi o próprio endividamento deste mês, ficando na média de 25% da renda.