Uma audiência pública debateu, na manhã desta segunda-feira (12/03), na Câmara Municipal de Maceió, o tremor de terra registrado no último dia 3 de março na capital e que provocou medo na população e danos em algumas áreas da cidade. O debate foi proposto pelo vereador Silvio Camelo (PV) e reuniu especialistas e representantes ligados ao Crea Alagoas, além da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e Ministério Público Estadual (MPE).
“É preciso saber o que causou o tremor, se ele pode voltar a acontecer, se pode se estender para outros bairros. É importante compreender o que aconteceu antes de tomar qualquer medida”, afirmou o parlamentar, ao dizer que “o volume muito grande de chuva no dia em que ocorreu o abalo faz com que fiquemos mais preocupados ainda, porque já já está começando o inverno”. O parlamentar destacou ainda que “a Câmara acompanhará os desdobramentos de tudo o que foi discutido aqui. Se preciso, e eu creio que sim, faremos uma nova audiência pública”, disse.
Presente no debate, a Defesa Civil municipal informou sobre a chegada em Alagoas de uma equipe do Serviço Geólogo do Brasil, que investigará o fato. O vereador Silvio Camelo informou que um diagnóstico, a partir de estudo geofísico em andamento, deverá apontar as causas do tremor.
O presidente do Crea Alagoas, Fernando Dacal, defendeu o trabalho realizado pelos profissionais alagoanos, destacando a necessidade dos poderes executivos garantirem recursos para estudos mais aprofundados sobre o recente fenômeno. A valorização do profissional da terra foi a bandeira levantada por Dacal na audiência. “Precisamos olhar para o nosso corpo técnico. Ele precisa ser mais valorizado, começando pelos salário que recebem. Acredito que todos daqui têm competência para dar a resposta que a sociedade quer. O que falta é o suporte financeiro”, disse.
MORADORES – Moradores de áreas afetadas pelo tremor puderam expor suas demandas e cobrar pessoalmente aos gestores uma resposta para as causas do abalo sísmico que em alguns bairros, além do medo, provocou danos materiais, como foi o caso do bairro Pinheiro.
“Moramos há 35 anos no local e nunca havia acontecido isso. Há quatro anos, mais ou menos, começamos a perceber o piso todo deformando. Agora, com esse tremor, abriu uma fenda no meio do condomínio. Estamos apreensivos, não conseguimos dormir”, disse Maria da Piedade Melo, moradora do Condomínio Espanha, no Pinheiro.