geral20171226Em meio à crise, produtividade do trabalhador da indústria cresceu 8,1%, impulsionada pelos esforços das empresas em aumentar a eficiência e reduzir os custos

A produtividade do trabalhador da indústria brasileira aumentou 1,2% no terceiro trimestre deste ano em relação ao período imediatamente anterior. Foi o sexto trimestre consecutivo de aumento da produtividade, informa o estudo divulgado nesta quarta-feira (13/12) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Entre o segundo trimestre de 2016 e o terceiro trimestre deste ano, a produtividade no trabalho da indústria acumula uma alta de 8,1%.

"A recuperação do indicador desde meados de 2016 resulta, principalmente, do esforço das empresas para aumentar a eficiência e reduzir os custos, como resposta à crise econômica", avalia o estudo. A publicação lembra que, em 2016, o principal objetivo dos investimentos da indústria foi a melhoria dos processos produtivos. Conforme pesquisa da CNI, 38% das empresas investiram em melhoria do processo produtivo no ano passado.

"Aumentar a produtividade é um dos principais desafios da indústria brasileira. Além do esforço das empresas nesta direção, o país precisa melhorar a qualidade da educação e avançar na agenda das reformas estruturais, como a da Previdência e a tributária", afirma o gerente-executivo de Pesquisas da CNI, Renato do Fonseca. Segundo ele, outras ações, como o aumento da qualidade da gestão empresarial, a redução da burocracia e a modernização da infraestrutura também são imprescindíveis para a recuperação da produtividade brasileira.

A produtividade do trabalho compara a quantidade de bens e serviços produzidos com a quantidade de horas trabalhadas na produção. O crescimento da produtividade no terceiro trimestre de 2017 reflete o aumento de 1,2% no volume produzido e a estabilidade das horas trabalhadas na indústria. Entre o segundo trimestre de 2016 e o terceiro trimestre de 2017, a expansão da produtividade é resultado do aumento de 2,8% no volume produzido e da redução de 4,9% nas horas trabalhadas na produção, informa a CNI.

COMPETIÇÃO EXTERNA - O estudo mostra ainda que, no ano passado, a produtividade do trabalhador brasileiro cresceu 1,7%. No mesmo período, a produtividade na Alemanha aumentou 2,2%. Na Holanda, 2,3% e, na Coreia do Sul, 2,1%. Na Argentina, a produtividade recuou 3,4%. No México e no Japão caiu 1,7%.

Mesmo com crescimento registrado nos últimos anos, a produtividade do Brasil cresceu menos do que a dos principais parceiros comerciais. De 2006 a 2016, enquanto que a produtividade brasileira cresceu 5,5%, a dos Estados Unidos aumentou 16,2%, a da Alemanha subiu 10,7% e, a da França, 21,7%. A produtividade na Coreia do Sul subiu 44%. Na última década, o Brasil também ficou atrás dos competidores latino-americanos.  Na Argentina, a produtividade no trabalho da indústria aumentou 11,2% e, no México, 9,2%.

O resultado do Brasil é ainda pior quando comparado com 2000, ano que começa a série histórica. Entre 2000 e 2016, a produtividade do trabalhador na indústria brasileira em relação à produtividade média dos trabalhadores nas indústrias dos 10 principais concorrentes internacionais caiu 25,8%. (Fonte: http://www.portaldaindustria.com.br/agenciacni/noticias/2017/12/produtividade-brasileira-aumenta-mas-ainda-e-inferior-a-dos-concorrentes-internacionais-diz-estudo-da-cni/)

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