Após um ano difícil, em que a receita da indústria de insumos para a construção civil tendia a apresentar recuo de 5% em relação a 2016, os prognósticos para 2018 são positivos, apontando para crescimento de até 2% no faturamento. O que fundamenta o otimismo é a perspectiva de uma retomada econômica marcada por preços estáveis, maior demanda de mão de obra e avanço do poder aquisitivo dos salários, prevê a Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat). Na pior das hipóteses, diz o presidente da entidade, Walter Cover, será interrompida a queda que atingiu o segmento nos últimos três anos.
O setor produz vasta gama de itens, de aços longos a cimento, concreto e fibrocimento, material elétrico, material plástico, metais sanitários e válvulas, produtos cerâmicos, tintas e vernizes, vidro e produtos de vidro, além de máquinas e equipamentos para a construção. As vendas do mês passado caíram 3% em relação a novembro de 2016, mas o indicador não foi visto com apreensão, pois manteve a tendência de queda cada vez menor em relação ao ano anterior.
A construção civil foi um dos segmentos que mais sofreram com a recessão econômica e é o que tende a se recuperar mais lentamente, pois depende de confiança no futuro.
Para 2018, as vendas no varejo deverão apresentar um crescimento expressivo graças à melhora da situação econômica das famílias, mas as incertezas ainda são elevadas no tocante aos investimentos do setor público. Há dúvidas, por exemplo, quanto à oferta de crédito da Caixa Econômica Federal (CEF) e do FGTS, principais fontes de recursos para a habitação popular. Tampouco há certezas quanto à capacidade da União, de Estados e dos municípios de investir em obras de infraestrutura.
Os insumos que mais comprometeram os resultados deste ano foram o cimento e os vergalhões, itens demandados pelas construtoras para a construção de edifícios e obras de infraestrutura. As previsões da área de cimento para 2018 também são positivas, com a expectativa de vendas superiores em 1,5% às de 2017.
Deve-se destacar o fato de que são projeções conservadoras, apropriadas a empresas que enfrentaram uma longa crise e não podem incorrer em grandes riscos. Mais importante é preservar a integridade até que se consolide a recuperação.