O playboy Jorginho Guinle (1916-2004) achou que ia morrer aos 80 anos. Decidiu, então, aproveitar ao máximo a vida e torrou sua fortuna. Ele, porém, viveu até os 88, sem dinheiro e morando de favor no Copacabana Palace, hotel fundado por sua família -e seus herdeiros ficaram de mãos vazias.
A ruína de Jorginho não só abriu os olhos de muitas famílias -que viram a necessidade de ter uma gestão profissional para preservar seu patrimônio. Bancos, consultorias e butiques de investimento também notaram que havia um mercado e passaram a disputar esses milhões.
Afinal, são valores que estão longe de ser irrisórios: as casas especializadas costumam cobrar uma comissão ou taxa pelo trabalho que pode variar entre 0,25% e 1,5% do total sob gestão.
Outra alternativa adotada pelos muitos ricos é nomear alguém da família ou um executivo para administrar o "family office", a estrutura criada para gerir o patrimônio. Montar uma empresa dessas requer (além de dinheiro) autorizações de reguladores.
"Um terço dessas famílias opta por montar o 'family office', mas dois terços delegam. Isso vai depender do perfil da família", afirma Leonardo Bortoloto, sócio da Aditus, consultoria que tem R$ 30 bilhões sob gestão.
"Se tiver feito a fortuna no mercado financeiro, poderá puxar para si a decisão. Mas, se vier da indústria, por exemplo, poderá preferir transferir a gestão."
Na prática, a decisão também pode ampliar ou limitar o espectro de produtos a investir. Se escolherem uma gestora, a oferta de aplicações vai ser a que estiver no portfólio dessa empresa.
Uma gestão independente, por outro lado, consegue enxergar o mercado de uma maneira mais abrangente, avaliando melhores opções em casas distintas, de acordo com o planejador financeiro Rodrigo Assumpção, da associação Planejar.
O Banco Inter, depois de reduzir a taxa de juros do crédito consignado, anuncia a redução da taxa de juros do seu financiamento imobiliário em 1%. A partir de agora a taxa de crédito imobiliário praticada pelo banco, que era de 10,5%, passa a ser de 9,5% + Taxa Referencial (TR).
Expectativa de crescimento de empréstimos subiu de 15% para 17% neste ano, segundo Abecip
Com apetite para emprestar, os bancos elevaram a projeção de crescimento para as concessões de financiamento imobiliário neste ano. O crescimento esperado do mercado passou de 15% para 17%, de acordo com a Abecip, associação que representa as instituições que atuam no segmento.
Os bancos estão captando cada vez mais recursos para o setor do agronegócio por meio da emissão de títulos incentivados (LCAs), ao passo que a captação via LCIs voltada para o setor imobiliário é menor e até reduzida.
De acordo com dados da B3, a expansão líquida do estoque de letras de crédito do agronegócio (LCAs) avançou R$ 8,71 bilhões ou 14,9% no ano até o final de julho, para um estoque total de R$ 67,104 bilhões. Ao mesmo tempo, o estoque de letras de crédito imobiliário (LCIs) caiu 10%, de R$ 183,3 bilhões em dezembro de 2017 para R$ 164,96 bilhões em 31 de julho de 2018.
Movimento deve acelerar ritmo da construção civil e investir em imóveis volta a ser bom negócio
Os investidores do setor imobiliário devem ficar atentos às oportunidades que surgem com as reduções de juros promovidas por vários bancos como estratégia para expansão no mercado. Ontem, o Itaú Unibanco anunciou um novo corte nas taxas de financiamento da casa própria. Para imóveis que se enquadram no Sistema de Financiamento de Habitação (SFH), os juros passaram para 8,8% ao ano mais a Taxa Referencial (TR). No Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI), recuaram para 9,3%.